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BOUCHONNÉ, já ouviu essa palavra no universo do vinho?

Escutei esta palavra pela primeira vez em 1997, durante numa degustação para novos distribuidores de vinhos no Uruguai. Lembro exatamente do momento, porque foi um dos sete tops micos que paguei (vou contando pra vocês alguns por aqui, aos poucos, tá!).

Pensei em voz MUITO alta: “É um perfume?”

Um senhor muito educado, de nome Raul, me olhou e disse: “Seria uma boa ideia de nome se fosse para atrair gambás.”

Os 56 participantes da sala riram e eu fiquei vermelha como um camarão, mas da palavra “bouchonné” não esqueci mais. Ficou como anedota e referência a uma situação quando não gostamos de algo ou de alguém.

Bouchonné é um termo usado para definir o “defeito” no vinho – ou “um azar do destino”, como costuma-se falar entre os produtores. É uma situação onde se tem quase nenhum ou zero controle.

O responsável é um “fantasminha” chamado TCA (composto químico que é um derivado clorado do anisol), que não está restrito às rolhas de cortiça, apesar do defeito mais clássico e antigo ser o sabor de rolha, daí o nome “bouchonné”. Mas ele, o TCA, pode ser encontrado nos lugares mais improváveis de uma vinícola.

Por isso, um vinho com tampa de rosca pode apresentar bouchonné. O dilema da contaminação por TCA é que uma quantidade ínfima é capaz de arruinar o vinho e, até hoje, não há técnica para eliminá-lo após o contágio. O TCA se desenvolve quando os fenóis vegetais da casca da cortiça são expostos ao cloro, geralmente usados em processos de esterilização. A boa notícia é que, com práticas de higienização e controle, a incidência desse defeito é cada vez menor no mundo. Apesar de o TCA ser inofensivo à saúde, ele torna o vinho intragável. Para reconhecê-lo é muito simples: o vinho fica com aromas de papelão molhado, poeira, mofo e bolor.

Se os aromas do vinho forem assim e não se sentir frutas, pode acreditar, seu vinho está “bouchonné”.

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